A verdadeira motivação do crente

INTRODUÇÃO
I – A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRENTE
II – NÃO FOMOS CHAMADOS PARA A FAMA
III – O ANONIMATO NÃO É SINÔNIMO DE DERROTA
CONCLUSÃO

Por
David Jeremiah

Se queremos adorar em espírito e em verdade, precisamos redescobrir a capacidade de nos maravilharmos, a qual Deus colocou dentro de cada um de nós. Ela foi distorcida pelo pecado, de forma que nossas percepções foram confundidas. O oposto preciso de maravilha é ceticismo, e eu duvido que alguma vez houve um tempo mais caracterizado por ceticismo  que este em que vivemos. Se não tivermos cuidado, cairemos nesta armadilha.
Afinal de contas, o ceticismo está no ar cultural que respiramos diariamente. A menos que você viva em uma ilha deserta, passa mais tempo exposto a atitudes céticas do que comendo ou se exercitando.
Pense em nossos programas de televisão. Considere os filmes a que nossos jovens assistem e a música que pulsa em seus fones de ouvido.
Depois de 11 de setembro de 2001, houve muita discussão na mídia sobre “a morte da ironia”, mas na realidade pouco mudou. Há uma cultura do sarcasmo que tem, há décadas, se infiltrado em nossa mídia e chega até nós através de muito de nossos líderes a fim de infectar a todos.
Frequentemente digo que não vejo como um servo compromissado com Cristo pode manter uma atitude sarcástica a título de humor, porém temos muito poucos outros modelos diante de nós. Depois de um tempo, não nos maravilhamos mais com Oz, o Grande e Poderoso ― estamos esticando nossos pescoços para achar o pequeno homem encolhido atrás da cortina. Estamos certos de que deve haver um, pois tudo parece ser uma fraude e subterfúgio.
Enquanto o pregador está nos falando sobre Deus, estamos desejando saber quanto pagam a ele para pregar o sermão. O ceticismo é uma infecção mortal que corrói nossa habilidade pueril de sermos surpreendidos e nos maravilharmos. Ele corrói nossos canais de adoração, e esta é uma doença terminal.
Este não é um problema novo, naturalmente. Jesus enfrentou os céticos a cada esquina. Não só os fariseus eram incapazes de participar da experiência maravilhosa dos seus milagres e ensinos, mas até mesmo os seus próprios discípulos constantemente falhavam em alcançar um entendimento maior.
Tantas das suas parábolas convidavam os ouvintes a se maravilhar ante à grandeza do Reino de Deus, mas quase todos não entenderam o essencial.
Finalmente, como não pudessem ver o quadro maior, Ele lhe deu um pequeno. Pôs em seu colo uma criancinha. Os discípulos forma surpreendidos; eles achavam que as crianças não eram merecedoras do tempo do Mestre, e geralmente as mantinham à parte:
Mas Jesus, chamando-as para si, disse: Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus. Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele.
― Lucas 18.16,17
O tema principal aqui, naturalmente, é a humildade. (Mateus 18 nos fala que os discípulos estavam discutindo ― outra vez ― sobre quem seria o maior no Reino de Jesus.) Todavia, humildade e maravilha andam de mãos dadas. Nossa fé precisa ser pueril, não infantil. Precisamos redescobrir o temor de Deus. Muito do cristianismo contemporâneo, como nós percebemos, se refere a Deus em termos muito casuais, como principal Melhor Amigo ― o que, naturalmente, Ele é. Mas se não tivermos cuidado, nós o colocamos do nosso tamanho. Então nosso Deus se torna muito pequeno. Não precisamos de um deus conveniente e compacto.
Precisamos daquEle que nos faça cair de joelhos, que nos deixe mudos, que faça nossos olhos brilharem com o seu fogo e nos despeça como pessoas transformadas. E precisamos deste Deus a cada momento do dia.
(Texto extraído da obra “O Desejo do Meu Coração: Vivendo Cada Momento na Maravilha da Adoração”, editada pela CPAD.)

Amós – Política e justiça social como parte da adoração

INTRODUÇÃO
I. O LIVRO DE AMÓS
II. POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL
III. INJUSTIÇAS SOCIAIS
IV. A VERDADEIRA ADORAÇÃO
CONCLUSÃO

Já diz o ditado: “quem avisa, amigo é!”. Amós, trata sobre assuntos que a maioria de nós evita comentar: religião e política. Em uma série de denúncias contra várias nações o  profeta alerta sobre a infalibilidade do julgamento de Deus ao apontar os pecados do Reino do Norte. Crueldade na guerra (Amós 1.3,11 – 13; 2.1), escravidão (Amós 1.6-9), desprezo e abusos contra os fracos (Amós 2.7), empréstimos (Amós 2.8), altos impostos (Amós 2.8; 5.11), riqueza e luxo (Amós 3.10-15; 4.1; 5.11; 6.4-6), má administração da justiça (Amós 5.10-12) e comércio fraudulento (Amós 8.4-7).
Em Samaria Amós aponta os desmandos políticos e em Betel expõe as espoliações dos sacerdotes. Assim, o profeta destaca a intenção e o zelo de Deus para com o tratamento social imposto pelos governantes e clérigos da época. Além de apontar o pensamento de Deus sobre o relacionamento que cada pessoa deve ter com o próximo.
Enquanto os religiosos empregavam na lei de Deus argumentos jurídicos, sem atentar para a essência da necessidade de conversão, chegando ao ponto de modificar os estatutos e incorporar preceitos que desfiguravam os seus propósitos, os políticos utilizavam-se de força e violência para impor suas ideias. Havia uma injustiça social claramente desenfreada. Além da opressão ao pobre e invalidade da justiça, o profeta apontou suborno com o intuito de persuadir os juízes a emitir sentenças desfavoráveis aos inocentes e ganancia ao ponto de vender pessoas à escravidão por um preço não maior que um par de sandálias (Amós 8.6).
Dificilmente alguém no auge do sucesso conseguirá conservar suas raízes mais íntimas. Esse crescimento no ego humano, alimentado pela determinação do “eu”, faz muitos, depois de alcançar qualquer tipo de sucesso ou crescimento, esquecerem suas raízes. A intensidade da culpa de Israel fica mais evidente quanto o profeta começa a sugerir a forma de tratamento que Deus deu no contexto  da libertação do cativeiro no Egito (Amós 2.9-16). Os israelitas não apenas esqueceram a fidelidade de Deus, mas esqueceram de onde saíram, de suas raízes. Ao ponto de forçar os nazireus a quebrarem seus votos e proibirem os profetas de falar (Amós 2.12).

A apostasia no reino de Israel

INTRODUÇÃO
I. AS CAUSAS DA APOSTASIA
II. OS AGENTES DA APOSTASIA
III. AS CONSEQUÊNCIAS DA APOSTASIA
IV.  APOSTASIA
CONCLUSÃO

Por
Homer Heater, Jr.

Para entendermos a atitude do historiador [de 1 e 2 Reis] para com a monarquia depois de Davi, é necessário observarmos a sua perspectiva teológica. Os livros de 1 e 2 Reis foram compostos de várias fontes. Os primeiros dois capítulos são a conclusão da história da sucessão, mostrando que Deus escolhera Salomão para suceder Davi, seu pai. A seção sobre Salomão (1 Reis 3-11) é derivada do livro dos anais de Salomão (1 Rs 11.41). Os registros da corte dos reinos do norte e do sul fornecem grande parte dos dados que compõem os livros. Certos estudiosos propõem que a declaração na Septuaginta em 1 Reis 8.53 (no Texto Massorético [TM] é 1 Rs 8.12) foi extraído  do livro de Jasar (o justo?) que também é mencionado em Josué e 2 Samuel. As seções exclusivas sobre Elias e Eliseu vieram de uma única fonte. A data mais recente para a composição final de 1 e 2 Reis é 560 a.C., o último evento datado no livro, que se refere à elevação de Joaquim no cativeiro pelo Evil-Merodaque. LaSor e outros estudiosos arrazoam que a composição foi feita logo após a queda de Jerusalém em 586 a.C., e que o último evento é um apêndice posterior.
Assim, mais de 500 anos são abrangidos nesta pesquisa histórica.
Durante esse meio milênio houve mudanças dramáticas em Israel e no mundo do Oriente Médio. Todo este material foi reunido e comentado por um escritor que falava da perspectiva do término da monarquia e da destruição do Templo e cidadela de Davi. Um dos propósitos de 1 e 2 Reis é explicar o desastre e dar esperança para o futuro. Há um conjunto extenso de referências ao concerto davídico ou ao ideal davídico (aproximadamente 16 passagens). Os comentários avaliadores feitos ao longo do trabalho são do ponto de vista profético.
Keil tem razão em enfatizar o ponto de vista “profético-histórico” em lugar do ponto de vista “profético-didático”. “O desenvolvimento histórico da monarquia ou, para expressá-la mais corretamente, do reino de deus sob reinados dos reis, forma o verdadeiro tema de nossos livros”. Vemos a ênfase teológica dos livros principalmente nos comentários do escritor profético, mas também a identificação nas ações e palavras dos participantes.
(Texto extraído da obra “Teologia do Antigo Testamento”, editada pela CPAD)

Amor na prática - Ilustração

“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 4:10).O apóstolo João escreve isto em sua primeira epístola, e em seu evangelho assinala que “a Lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo” (Jo 1:17). Portanto, a vinda de Jesus ao mundo foi a real manifestação do amor de Deus, um tempo de graça e misericórdia no modo de Deus tratar com o homem.
Em sua segunda carta aos Coríntios, Paulo mostra que, em sua primeira vinda, Jesus não veio julgar ou condenar os homens, mas salvá-los. Ele escreve: “Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens… Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele fossemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5:19-21).
Se Cristo tivesse vindo no mesmo caráter em que voltará, estaríamos perdidos. Em Apocalipse João o descreve como Juiz: “Seus olhos eram como chama de fogo. Seus pés como o bronze numa fornalha ardente e sua voz como o som de muitas águas… e da sua boca saía uma espada afiada de dois gumes. Sua face era como o sol quando brilha em todo o seu fulgor” (Ap 1:14-16).
Quando Cristo voltar, não virá manso e humilde, como um Cordeiro disposto a morrer por pecadores. Ele virá como o inflexível Juiz para condenar seus inimigos. Em Apocalipse ele se declara “o Alfa e o Ômega… o que é, o que era e o que há de vir, o Todo-Poderoso” (Ap 1:8), a mesma expressão usada para Jeová no Antigo Testamento. Ele é o Criador, o “princípio da Criação de Deus” e o “Amém”, ou seja, em quem convergem todas as coisas. E para mostrar a unidade entre o Antigo e o Novo Testamento, e sua relação permanente com o povo de Israel, ele é chamado de “o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi” (Ap 3:14; 5:5).
Todo-Poderoso, o rosto como o sol, uma espada saindo da boca, a voz como de um estrondo, pés como o bronze numa fornalha, e olhos como chama de fogo. É este Juiz que você irá encontrar se não crer no Cordeiro que foi morto em seu lugar. Para quem tem a Jesus como Salvador, o acesso à presença de Deus está garantido. Para os demais resta “tão-somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus. Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!” (Hb 10:27).
Autor: Mario Persona

Vida com alicerce - Ilustração



Jesus pergunta: “Por que vocês me chamam ‘Senhor, Senhor’ e não fazem o que eu digo?” (Lc 6:46). Encontramos a expressão “Senhor, Senhor” mais quatro vezes nos evangelhos, duas em Mateus 7 falando dos que profetizam, expulsam demônios e fazem maravilhas em nome de Jesus. Desses Jesus diz: “Nunca os conheci”. As virgens insensatas também clamam “Senhor, Senhor”, ao descobrirem que ficaram do lado de fora e não podem seguir o Noivo. São os falsos crentes, sem o azeite que representa o Espírito Santo. E no capítulo 13 de Lucas um pai de família fecha a porta sem dar ouvidos aos que do lado de fora clamam: “Senhor, Senhor”.
Em 2 Tessalonicenses 2:10 ao 12 vemos os “que estão perecendo, porquanto rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar. Por essa razão Deus lhes envia um poder sedutor, a fim de que creiam na mentira, e sejam condenados todos os que não creram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça” (2 Ts 2:10-12). Estes são os deixados para trás após o arrebatamento da Igreja, por professarem ser cristãos sem nunca o terem sido. É a cristandade apóstata, a “Grande Meretriz” de Apocalipse, que crerá na mentira do anticristo. São os que escutam o evangelho, porém rejeitam “o amor à verdade”.
Ter amor à verdade é amar aquilo que Jesus falou, mas isto não se restringe às palavras de Jesus nos evangelhos. A rigor, a Bíblia toda é a Palavra de Deus, e as cartas dos apóstolos são as instruções diretas dadas à Igreja. Paulo afirmou: “O que lhes estou escrevendo é mandamento do Senhor” (1 Co 14:37). Muitos cristãos hoje sentem aversão ao que Paulo escreveu. Eles leem os fundamentos deixados pelos apóstolos como se fossem opiniões pessoais ou velhos costumes orientais. Não percebem que eles são o alicerce do cristianismo, e Cristo a “pedra angular”.
Jesus avisa: “Aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica, é como um homem que construiu uma casa sobre o chão, sem alicerces. No momento em que a torrente deu contra aquela casa, ela caiu, e a sua destruição foi completa” (Lc 6:49). Mas os que creem em Cristo são “membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor. Nele vocês também estão sendo juntamente edificados, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito” (Ef 2:19-22). É este o seu alicerce?
Autor: Mario Persona
Fonte: O evangelho em 3 minutos 

Sem merecer - Ilustração

O capítulo 7 de Lucas começa falando de um centurião, um oficial romano convertido ao judaísmo e temente a Deus. Além de ter construído uma sinagoga, o lugar onde os judeus fazem suas leituras e orações, sua preocupação com um servo doente é notável. Ele pede a alguns religiosos judeus para irem chamar Jesus para curar seu servo. Eles vão ao encontro de Jesus e suplicam: “Este homem merece que lhe faças isso, porque ama a nossa nação e construiu a nossa sinagoga” (Lc 7:4-5). Jesus os acompanha e ao chegar perto da casa recebe outro recado do centurião, que diz:
“Senhor, não te incomodes, pois não mereço receber-te debaixo do meu teto. Por isso, nem me considerei digno de ir ao teu encontro. Mas dize uma palavra, e o meu servo será curado. Pois eu também sou homem sujeito a autoridade, e com soldados sob o meu comando. Digo a um: ‘Vá’, e ele vai; e a outro: ‘Venha’, e ele vem. Digo a meu servo: ‘Faça isto’, e ele faz”. Ao ouvir estas palavras, Jesus volta-se para a multidão e comenta: “Eu lhes digo que nem em Israel encontrei tamanha fé” (Lc 7:6-8).
O estado de incredulidade em Israel é tão grande, que um gentio é apresentado como exemplo das qualidades que Jesus busca naqueles que creem nele. Que qualidades? Primeiro, a humildade. Os judeus acham importante dizer a Jesus que o homem merece ter seu pedido atendido por ter construído a sinagoga, mas o próprio homem diz de si mesmo: “Não mereço receber-te debaixo do meu teto”.
Se você deseja obter de Deus um favor, seja a salvação eterna ou o atendimento a alguma necessidade de sustento ou saúde, precisa reconhecer que não merece coisa alguma. A única coisa que merecemos por nossa desobediência e rebelião é o lago de fogo. Mas Deus, em misericórdia e graça, quer salvar e abençoar quem crê em Jesus e vai a ele contrito, quebrantado e arrependido.
A outra qualidade do centurião está no quanto ele confia na Palavra de Jesus. Ainda que o próprio Jesus não esteja presente, ele sabe que a sua Palavra é suficiente. Quão diferente é essa atitude de muitos que questionam a Palavra de Deus e correm atrás de suas próprias filosofias. Não, eu não estou falando de ateus e incrédulos; estou falando de crentes que preferem dar ouvidos às suas sensações, ideias e experiências ao invés de conferirem tudo pela Palavra de Deus.
Autor: Mario Persona

Um Líder de "Palavra"

“O lábio veraz permanece para sempre, mas a língua mentirosa, apenas um momento”
( Pv 12:19).

Havia um rei em Israel cuja palavra ecoava e adentrava aos ouvidos de toda a comunidade. Todo o pai de família, toda mãe, crianças, jovens e velhos paravam para ouvi-lo. Fossem eles trabalhadores do campo ou pessoas da mais alta influência e liderança em Israel, todos desejavam ouvir esse Juiz. Quando ele falava, todos o ouviam.
Nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra.
Samuel, promessa de Deus à Ana e Elcana, desde pequeno ministrava perante o SENHOR, participando das tarefas realizadas pelos sacerdotes referentes à adoração a Deus. Ele era um adorador de excelência. Todos os anos, Ana, sua mãe, ia até Siló para adorar e para levar presentes ao filho que servia no templo.

A cidade natal de Samuel foi Ramah, cerca de 8 km distantes de Jerusalém. De linhagem levita, ele nunca hesitou em falar a verdade com amor a qualquer pessoa que precisasse ouvir. Samuel vivia para agradar ao SENHOR com o seu testemunho. Por isso não tropeçava na sua mensagem de vida.
Falar sem tropeços e sem enganos também foi o estilo de vida de Jesus na terra. No livro de Mateus, capítulo 5, Jesus ensinava no monte para uma grande multidão. Sua mais profunda preocupação foi com a verdade e a vida. Por isso, frisou muito bem sobre a necessidade de nascermos de novo para sermos verdadeiros filhos de Deus.

Disse Jesus:
“… de modo algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus; nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei; nem jureis pela tua cabeça, porque não pode tornar um cabelo branco ou preto. Seja a tua palavra “sim”, “sim”; “não, “não”. O que disso passar vem do maligno”. (Mt. 5:33).
Quando o SENHOR me iluminou com este pequeno estudo, eu estava hospedado num hotel-fazenda do centro-oeste brasileiro com a minha família… O homem que havia nos atendido ao telefone, disse que haveria algumas cortesias que me fariam pagar um preço menor pela estadia. Porém, na hora do acerto das contas, fui surpreendido com a falta de honradez da palavra daquele homem, o qual argumentou muitos pretextos para deixar de cumprir o preço que havia combinado lá no início, passando a nos cobrar inclusive os pensamentos. É claro que haveria de perdoá-lo, apesar de minha contrariedade. Contudo, aquele lugar jamais receberia nossa visita novamente, nem de nossos amigos. O homem talvez tenha achado que “havia ganhado”, quando na verdade, por causa da desonestidade, havia perdido.
Infelizmente, por onde passo nessa minha caminhada de fé, eu tenho visto e testemunhado atitudes assim. Como as pessoas vivem longe de uma vida comprometida com o ensinamento de Jesus! Muita gente falando e vivendo sem credibilidade no que dizem, e, sem crédito nas suas ações. É claro que essa tristeza amplia ainda mais quando essas atitudes são praticadas por cristãos.
Muitos cristãos vivendo sem falar a verdade. Sem compromisso com o SENHOR. Filhos de Deus com sérias falhas de caráter a serem resolvidas. Um estilo de vida de enganos e de palavra sem confiança. Que pena!… Quem vai ouvir?

discípulos
Vamos voltar ao exemplo de Jesus: quando Jesus falava as pessoas sentavam e se agasalhavam para ouvi-lo. Essas atitudes espontâneas demonstravam um forte sinal de que elas criam na mensagem de Jesus sem hesitar.
Elas tinham certeza que não seriam enganadas por aquela palavra. A mensagem de Jesus levava as pessoas a crer na sua fala.
As pessoas acreditam naquilo que você fala?
O povo ouvia a Samuel porque ele demonstrava credibilidade em sua mensagem e sua vida não negava isso. Antes de Samuel morrer ele resolveu prestar contas ao povo sobre o seu comportamento:
2
“Agora, pois, eis que o rei vai adiante de vós. Eu já envelheci e encaneci, e eis que meus filhos estão convosco, e tenho andado diante de vós desde a minha mocidade até ao dia de hoje.

3
Eis-me aqui; testificai contra mim perante o Senhor, e perante o seu ungido, a quem o boi tomei, a quem o jumento tomei, e a quem defraudei, a quem tenho oprimido, e de cuja mão tenho recebido suborno e com ele encobri os meus olhos, e vo-lo restituirei.
4
Então disseram: Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem recebeste coisa alguma da mão de ninguém.
5
E ele lhes disse: O Senhor seja testemunha contra vós, e o seu ungido seja hoje testemunha, que nada tendes achado na minha mão.
E o povo respondeu: Ele é testemunha.” (I Sm. 12:2-5).

A honestidade de Samuel fora confirmada pelo povo nessa prestação de contas, que glorificava o nome do SENHOR, a quem ele servia desde menino. Samuel era um levita respeitado porque sua fala e suas atitudes lhe conferiam esse respeito. Ele era consagrado a servir no templo e fazia isso com o melhor de seu caráter.
Contextualizando, é uma pena a gente encontrar nas igrejas várias pessoas envolvidas com as coisas do templo como a liderança de jovens, músicos e artistas de ministérios (adoradores ou levitas) sem compromisso, sem respeito, sem uma palavra de confiança, sem uma música renovadora, sem frutos, sem credibilidade. Adoradores que não demonstram responsabilidade, e, que por isso mesmo não são confiáveis como Samuel o era.

Ouço de vários líderes e de vários pastores por onde passo que um de seus maiores problemas na igreja está relacionado com o grupo de músicos, grupo de dança ou grupo de teatro e até secretários e diáconos, aqueles que servem no templo. Falta responsabilidade e confiança. Há anos venho pesquisando e orando na tentativa de entender a razão desse dilema. Parece ser algo muito comum em várias igrejas do Brasil. Os adoradores ou levitas (como queiram) não costumam cumprir o que dizem. Não têm responsabilidade no que fazem. Além disso, muitos desses servos, não gostam de servir. São insubmissos. Não conseguem mesmo seguir a direção de seus pais, líderes, pastores, professores, etc…
É comum a gente ver muitos músicos e coreógrafos que não se sujeitam às lideranças. Não aceitem serem forjados e formados. Acham que já sabem de ‘tudo’ e não precisam de ninguém para guiá-los na direção certa. Muitos só estão mesmo envolvidos na obra de Deus quando são eles que estão ‘na frente’ de um evento. Uma verdadeira pena…
chamada
Mas, aqui na vida de Samuel dentre várias lições levíticas, uma delas me chama muita a atenção: Samuel foi especialmente consagrado para aquela obra. Samuel foi submisso a Eli até que ele se fosse. Esse ato de valor espiritual fez a grande diferença na vida dele para sempre. Ele sabia o verdadeiro motivo, responsabilidade e unção de seu chamado. Mas, esse é tema para outro artigo. Não posso fugir da temática principal deste estudo.


Na prática, os servidores do templo (adoradores ou levitas, como queiram) precisam de ensino sobre caráter. Precisamos dar valor a eles, pois a necessidade é de tratamento de alma. Não estamos falando aqui de Gênesis 1:1, nem de João 3:16. Isso não vai mais ajudar nesse problema. Agora estamos falando de uma nova etapa da vida de um cristão: uma nova unção, mais conhecimento, profundidade no espírito e caráter de Cristo.
Para ter o caráter de Cristo precisamos ser parecidos com Ele. Jesus era comprometido com a verdade. Não enganava, não falhava, não mentia.
Para ser um adorador não basta somente fazer rotineiramente as coisas dentro e fora do templo. O ativismo é um grande risco para o ritualismo.
O SENHOR abomina os rituais de sacrifícios tolos e sem propósito de derramar amor intencional sobre o próximo. (Pv. 15:8).
Antes de tudo é preciso ter conhecimento e revelação da importância dessa responsabilidade para Deus. Fazer “coisas” todo mundo pode fazer. Prestar um culto com zelo e propósito para Deus é coisa de Samuel e devemos aprender com ele. A unção faz a diferença. Unção é um propósito específico de Deus para a vida do homem para que o homem, imbuído desta unção revele a mensagem reveladora que Deus quer! A unção existe, mas é um empréstimo especial e exclusivo de Deus para um escolhido levar a mensagem que Deus quer, seja na prédica, seja na oração, seja no ensino, seja na profecia, seja na música, seja num movimento artístico ministerial, a unção é de Deus para a glória de Deus e não de homem para a glória do homem.
Quando à igreja é revelado o conhecimento de que precisamos mudar de veredas da moda do século 21 para as veredas do SENHOR, estamos dizendo: obedeça ao SENHOR e renove seu caráter para um caráter de um cristão santo, ungido e responsável diante de Deus e diante dos homens. Deixando o engano, abandonando as evasivas e passando a falar e a viver a verdade.

“A eficácia de uma mensagem reside mais no caráter do mensageiro do que no conteúdo da sua mensagem”
(John Maxwell, 21 Minutos na vida de um Líder, 2007)

Samuel, por conhecer ao SENHOR na intimidade, como adorador esforçava-se dia e noite para manter seu caráter em dia. Frustrar ao povo, nem pensar. Desagradar a Deus era, portanto, inimaginável!
Certamente que não era muito difícil crer na fala de Samuel. Sua mensagem tinha muito valor para o povo. Mas, sua intenção era manter firme a sua santidade no SENHOR a partir de seu testemunho e suas atitudes de santidade. Samuel zelava pelo que dizia.

discipulos




Você cumpre o que diz?
Como vai o seu testemunho em Cristo?
Sua palavra tem valor?

Outro personagem do Velho Testamento também tem seu lugar nesse estudo. É uma pena que não seja um bom exemplo como o de Samuel e de Jesus. Contudo, é um exemplo que nos ajudará a melhorar o nosso caráter depois de conhecer o mau testemunho desse Juiz.
Sansão, assim como Samuel também foi Juiz sobre Israel. Durante 20 anos julgou o povo de Deus. A grande diferença entre os dois governos foi que Samuel teve um bom começo e um bom final. Sansão, porém, teve um bom começo, mas um péssimo final!
Em sua péssima final de história, Sansão deixou de viver em comunhão com Deus… deixou de ouvir a Deus, deixou de testemunhar o Seu nome. A sua arrogância o levou à ruína total.
Para sobreviver diante de seus inimigos, Sansão precisava usar de “mentirinhas”, passando isso a ser uma “brincadeirinha” de pecado. Diante de Dalila, Sansão se divertia como menino com suas mentiras até que um dia o enganador foi enganado e isso lhe custou muito caro, custou-lhe a vida?
A mentira é algo que fere a vida de santidade. Mas, infelizmente, alguns pais ainda ensinam seus filhos a mentirem desde muito pequenos. Um grande exemplo disso é não dizer a verdade para a criança na hora em que se vai sair de casa. Para evitar o choro de “também quero ir”… Os pais costumam dizer que não vão demorar, quando na verdade vão viajar por uma semana, ou outra coisas… enganando a criança. Ah, é só uma “mentirinha” pra ajudar? Mas, ajudar em quê?
Ora, Mentir é pecado! Fuja disso!
Vejamos o que diz o livro de Efésios 4:25:
“Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros”
Samuel era um homem comprometido com a verdade e todos confiavam no que ele falava. A diferença na vida daquele Juiz, Profeta e Rei de Israel não era os seus cargos políticos, era sim uma vida de santidade e bom caráter. Ele decidiu ser santo para agradar a Deus, servindo ao povo com autoridade e obediência, sem desvirtuar uma vírgula da mensagem de Deus para o Israel de sua era. O povo ouvia a Samuel porque suas atitudes respaldavam o seu caráter.
Para concluir esse pequeno artigo, eu deixo aqui uma palavra de John Maxwell em um de seus livros desenvolvidos para líderes:

“Se seu caráter é inconsistente com a sua comunicação, isto apenas ratifica que você pode ser um impostor.
Por outro lado, se seu caráter tem consistência com aquilo que você fala, isto simplesmente reforça o que você tem a dizer. E, faz com que todos queiram ouvi-lo”.
(trecho extraído do livro, 21 Minutos de Poder na vida de um Líder, RJ 2007)

Para refletir:
As pessoas acreditam no que você fala?
O SENHOR pode confiar em você?


Oração:
perdão
Pai Eterno, nesse modesto artigo eu espero ter ajudado algumas pessoas a refletirem sobre o que é necessário rever em seus estilos de vida. Quanto a mim, ajuda-me a te servir como Samuel te servia. Ajude-me a viver uma vida de tal modo que não engane o meu próximo. Ajude-me a dizer a verdade e me afasta das mentiras. Quero ter o caráter de Cristo. Ajude-me a ser santo, íntegro e correto assim como Samuel o foi. Tudo isso para que a tua Palavra continue sendo honrada de geração em geração.